Como escolher seu próximo software
20 de julho de 2022Tiago Krommendijk, LEF: Em toda minha vida profissional no mundo de software, já vi centenas de pessoas passando pelas emoções, comprando e implementando um software para apoiar os processos da sua organização, tendo que escolher entre software de prateleira, um software personalizado ou alguma mistura de software de prateleira com customizações. As emoções que percebia com praticamente todas as pessoas, foram na ordem de frustração com o cenário atual, euforia depois das promessas de um vendedor, frustração na implementação e uma aceitação depois de alguns meses do GO LIVE com um decrescente de animação com a solução ao longo dos anos. Aí chega novamente o momento no qual você, caro leitor, possivelmente também está: o momento de passar por todas essas emoções novamente! Não seria interessante poder fazer essa escolha de uma vez por todas, evitando que daqui três anos estaremos novamente na mesa na função de fornecedor e comprador, e garantindo o foco na melhoria contínua para o seu cliente em vez de perder energia e esforço na reimplementação contínua?
Apesar que as colocações neste artigo se aplicam para qualquer tipo de software, meu foco principal está na escolha de um novo sistemas de registro (a definição de tipos de sistemas do Gartner) para apoiar um processo principal da organização, analisando o conceito de Software de Prateleira, Software personalizado desenvolvido em código, e software desenvolvidas em plataformas de low-code.
Motivos da troca
Para evitar o ciclo continua de troca de software de tantos e tantos anos, dependendo do tipo de software, é importante entender os motivos da troca, para analisar o custo e benefício de longo prazo de cada escolha.
- motivo financeiro quando a empresa não tem mais orçamento para pagar o sistema atual e busca uma alternativa que cabe em seu bolso
- um motivo estratégico da empresa no qual a venda ou aquisição de novas empresas ou a ampliação do portfolio de produtos e serviços,
- ou um motivo técnico quando o sistema atual é tecnologicamente desatualizado ou novas demandas nos processos não podem mais ser atendidos.
Note que os motivos para realmente agir são quase sempre baseado em problemas reais e imediatos, tanto que a qualificação que o vendedor usará para analisar se o seu caso vale seu tempo será baseado em necessidades de transformar um 3 em um 7, em vez de tornar um 7 em um 10. Entretanto, para você que quer tomar a decisão certa para evitar estar na mesma posição novamente em alguns anos, é crucial levar esses desejos em consideração, uma vez que provavelmente esses desejos se tornarão as suas dores ao longo do tempo.
Em outras palavras, é importante ter uma boa noção dos custos e benefícios da situação atual, e das três opções de curto e longo prazo, sendo software de prateleira, software personalizado ou a mistura moderna entre os dois, software criado com low-code.
Software de prateleira
Começando com software de prateleira, que por sua característica é criado para poder atender o máximo possível de clientes com o mesmo pacote de códigos. Sendo assim, podemos entender que esses sistemas são excelentes para processos que são similares em uma grande variedade de empresas, muitas veze independente do ramo de atuação, como o processo de contratação no RH, manutenção, ITSM, CRM, call center, etc.
Por que sim?
O custo de desenvolvimento é compartilhado
Um fornecedor de software muitas vezes pode contar com dezenas, centenas e as vezes milhares de empresas como cliente, que paga pelo desenvolvimento de um único produto, fazendo com que o preço se torna relativamente baixo, comparado com o desenvolvimento personalizado. A chance de fazer com que isso caiba dentro do bolso se torna maior por causa disso.
Testado por milhares de usuários
Com uma grande quantidade de usuários usando o mesmo sistema, você aproveita de um exercito de testadores na produção, gerando uma qualidade de alto nível do sistema contendo uma quantidade de bugs relativamente baixa, presumindo que haja um processo adequado de resolução de bugs no seu fornecedor.
A sabedoria da multidão
A grande quantidade de usuários também gera um benefício de poder aproveitar do amplo conhecimento que os clientes passam para o fornecedor por meio dos dados de uso, as perguntas e solicitações de novas funcionalidades e a troca de experiencia da empresa com seus clientes. Quando se trata de processos padrões, há muitos benefícios em compartilhar e aprender com outros para que a ferramenta possa seguir isso. O fato de não precisar inventar a roda faz que não precisa perder tempo com algo que não é o core business e só tem que funcionar.
Especialistas cuidando da segurança
Com um fornecedor serio e sólido com visão de longo prazo, você depende da segurança dos seus dados em uma equipe especializada e focada na proteção, se adaptando às novas ameaças que surgem diariamente. Segurança de 100% nunca é possível com a tecnologia de hoje, mas o seu fornecedor fará de tudo para manter a sua boa reputação.
Implantação rápida
Contando com cenário no qual contratou um software para seu verdadeiro fim e aceitando a posição de ser guiado pelo conhecimento e experiencia do fornecedor nas melhores práticas, a implementação de sistemas de prateleira são rápidas. A falta de opções faz que muitas discussões são evitadas, e o único jeito já implantado milhares de vezes é aplicado.
Por que não?
Muitas funcionalidades que não usa (mas paga) e um roadmap que não é para você
Apesar dos processos serem bastante padronizados, cada empresa ainda tem as suas particularidades que fazem que os fornecedores de software são obrigados a criar centenas de opções e configurações para alcançar um número máximo de potencial clientes. Naturalmente que com isso, a utilização de um sistema de prateleira automaticamente significa que você grande parte do código não é feito para o seu cenário especificamente e o roadmap do produto também não apenas em atender as suas demandas específicas, pois terá que fazer sentido para a grande maioria dos clientes. Em outras palavras, por definição você utilize sempre uma fração do sistema e terá uma influência minima nas escolhas do futuro do produto.
Funcionalidades faltando, crescendo de 10% até o ponto de troca
O que nos vemos na prática também é que apesar a enorme quantidade de opções de configuração, popularmente dizemos que você atende no máximo entre 80% e 90% das demandas neste sistema. Alguns você já conhece no momento da contratação e você aceita pelo fato de não ser prioridade e está no quadro “nice to have”, mas muitos são funcionalidades que você só descobre na hora da utilização e geram a maior frustração em curto prazo. Alguns das funcionalidades você presumia ser tão lógicas que você nem perguntou se era possível na fase comercial, mas não tem e o vendedor se defende com a famosa frase ” você não perguntou”. Porém, muitas funcionalidades você descobre ao longo do tempo que você gostaria de ter porque ao longo do tempo você descobre pontos que você ainda não conhecia e você nem tinha como perguntar antecipadamente. Enquanto logo depois do Go Live pode atender até 90% da sua expectativa, ao longo dos anos essa porcentagem tenda a cair por causa das novas demandas geradas pelas mudanças na empresa e os avanços tecnológicos em combinação com o roadmap desalinhado com a sua realidade.
Adaptando processo à ferramenta
Como o sistema é de prateleira, em situações que as suas particularidades não cabem no sistema, seu fornecedor vai pedir para você adaptar o seu processo à ferramenta. Ele utilizará argumentos que o processo conforme definido no software é aprovado por milhares de empresas, e que portanto, seu processo está errado e deveria se adaptar à ferramenta. É recomendável deixar de lado o ego nesse momento, porque o argumento é muito válido quando se trata de processos padrões e muitas vezes não vale a pena gastar muita energia em fazer o diferente, se o padrão funciona para todos os usuários.
Aumento de manutenção, diminuição de novas funcionalidades
Com a tecnologia e as funcionalidades entrelaçados o seu fornecedor terá um custo cada vez maior na manutenção do software de acordo que o sistema cresce e a tecnologia avança. De tantos e tantos anos você verá uma renovação total do software, como aconteceu com sistemas mais antigos, mudando de DOS para windows para nuvem para micro serviços, etc. Mudanças necessários, custosos e demoradas que não necessariamente gera mais valor para você, pois geralmente se trata de disponibilizar as mesmas funcionalidades de forma moderna. Este processo de renovação tenda a ocorrer cada vez mais vezes, por causa da aceleração dos avanços tecnológicos, fazendo que será cada vez mais difícil para seu fornecedor criar funcionalidades novas significativas.
Na implantação você perderá dados, SEMPRE
No momento da substituição de um software de prateleira para um outro software, em algum momento o consultor de implementação perguntará para você se você quer levar as informações para o novo sistema ou não, e pode ter certeza que a maioria vão te convencer a não fazer isso. Com o argumentos que você vai importar “lixo” no sistema novo, e buscando alternativas como uma licença de leitura para o sistema antigo ele tentará te convencer a deixar o histórico para traz e começar a criar construir um novo. O simples motivo é que o banco de dados e a lógica do negócio de cada sistema é diferente e é tecnicamente impossível copiar e colar as informações de um sistema para outro sem perder dados ou funcionamento. Não é culpa do seu consultor, é consequência da escolha.
Vendor Lock-in
De forma geral podemos dizer que o principal vendor lock-in de software de prateleira está na dor de cabeça na troca do software, e a garantia de perda de dados ao trocar para um outro sistema de prateleira. Para diminuir mais ainda a vontade do cliente sair, o fornecedor se esforçará (em tese) para aumentar o valor que ele gera ao máximo com estratégias que focam no sucesso do cliente, o maior utilização do sistema possível e um máximo possível de integrações possíveis dentro do ambiente tecnológico do cliente.
É comum que uma empresa reavalia os softwares contratados regularmente pelo seu valor para empresa, e vemos que para softwares que apoiam processos secundários a média de troca ocorre de tres e tres anos, enquanto sistemas que apoiam processos principais tem uma vida útil muito mais longo, justamente pelo valor que a ferramenta gera e a dor de cabeça e a perda de informações na troca.
Veredicto software de prateleira
Softwares de prateleira, sem dúvida, tem muitos benefícios e não é a toa que este mercado só cresce independentemente de crises mundiais. Se for pensar, existem tantos processos padrões em empresas e a opção de escolher um software de prateleira faz sentido em muitas delas para aumentar a eficiência da sua operação e liberar tempo para um maior foco nas suas atividades táticas e estratégicas.
Entretanto, ferramentas de prateleira funcionam muito bem para processos padrões, que não são core da sua organização e com qual você não se diferencia diretamente do seu concorrente. Nestes casos, os benefícios mencionados tem um peso muito grande e as desvantagens se tornam inconvenientes, porém aceitáveis em comparação aos benefícios. Muito diferente é quando se trata de softwares que são desenhados para apoiar os processos principais da sua organização. Pois será que aqueles processos, as metodologias, e o jeito de trabalhar que evoluíram desde o primeiro dia do funcionamento da empresa e que garantiu em todos esses anos o seu direito de existência no mercado cada vez mais competitivo, será que tudo isso realmente cabe em uma ferramenta de prateleira?
O que vemos no mercado de ERP´s é que os clientes estão sentindo cada vez mais as desvantagens de software de prateleira. A final de contas, as diferenças entre uma empresa e outra, DEVEM existir e por isso a quantidade de exceções e configurações a serem programados são infinitas, fazendo com que essas plataformas se tornaram monstruosas as desvantagens mencionadas muito pesadas. Além disso, uma das maiores vantagens de software de prateleira, a de compartilhamento de custo de desenvolvimento, não é muito sentido pelo fato do custo de desenvolvimento ser tão elevado que seu custo pago pelo cliente continua sendo bem elevado.
Conheço uma empresa do qual 0,1% da mensalidade pelo licenciamento aceitaria facilmente como meu salário, e eles usam em torno de 5% da ferramenta total contratada pelo fato que são configurações que não se aplicam a realidade dessa empresa. Se isso não bastasse, ainda existem em torno de 500 soluções periféricos como planilhas de excel, alguns sistemas no-code e outras ferramentas de prateleira adicionais para apoiar aqueles 20% que o ERP de prateleira não atende.
Resumidamente, para softwares que apoiam processos principais, deve se perguntar se você quer pagar muito para algo do que utiliza somente uma pequena parte e ainda precisa contar com sistemas adicionais para cobrir a falta de funcionalidades. Mas, qual é a alternativa então?
Software 100% programado para você
É um o sonho de muitos analistas de negócios, donos de empresas e diretores assim como deve ser também de muitas pessoas operacionais que se frustram com a falta de lógica nos sistemas do seu dia a dia: a possibilidade de desenhar o seu sistema 100% de acordo com as suas necessidades. Assim, você adapta o software ao seu processo, eliminando diariamente milhares de cliques desnecessários, elimina a famosa integração manual (aquela no qual dados são manualmente transferidos de um sistema para outro), e os dashboards corretos são apresentados no momento certo para as pessoas certas com as informações exatas.
Infelizmente, esse sonho de ter um software desenvolvido em código também tem seus contrapontos, quais resumo em baixo para ajudar na sua definição do novo sistema para seus processos principais.
Por que sim?
Na implantação você pode manter seus dados
Caso optar para o desenvolvimento dos seu próprio software, é claro que você pode fazer de uma forma que as informações do seu sistema atual podem ser levados sem perda de dados, e as partes do software que estão funcionando bem podem ser criado também no seu novo software.
Uma ferramenta que cabe como uma luva
O software feito para você, nada mais, nada menos! Os processos que se desenvolveram e ao longo dos anos são apoiados e podem ser aprimorados sem grandes traumas, ao contrário, simplesmente tirando as irritações operacionais por meio de telas mais amigáveis ou automatizando passos manuais. Os usuários vão poder gerar mais valor investindo sua inteligência emocional em pessoas, enquanto o computador usa a inteligência artificial na produção, e a gerencia pode tomar melhores decisões com as informações de forma certa, nos lugares certos.
Roadmap personalizado
Obviamente, novas demandas continuarão existindo, e como o software é seu o roadmap também é. Junto com a equipe você determina quais novas funcionalidades agregariam mais valor para o cliente, e define a priorização em cima delas. Metodologias ágeis, growth hacking e o apoio da cadeia de valor podem sair do papel e ter sua implementação não só no treinamento das pessoas, e nos processos, mas também no software.
Por que não?
O custo de desenvolvimento é 100% para você
Onde as funcionalidades do software vai ser somente para você, assim será verdade para o custo também, sendo o desenvolvimento pelos seus desenvolvedores ou por uma empresa especializada em desenvolvimento de sistemas personalizadas. O desenvolvimento de software é composto por processos complexos transformando requisitos de negócios, em requisitos de usuários e detalhado em requisitos funcionais e não funcionais, a partir de input de inúmeras fontes. No meio do caminho ainda há a necessidade de traduzi-los de uma pessoa para outra, possivelmente gerando diferenças em interpretações e falhas de comunicação. A partir desse momento o código é criado, e um sistema razoável é facilmente composto por milhões de linhas de códigos criado por dezenas de profissionais, que precisa ser testado, implantado e obviamente preciso ser mantido continuamente. Consegue imaginar o custo para tudo isso?
Implantação longe no futuro
É claro que não estamos falando apenas de custos altos, mas também de prazos longos para poder aproveitar dos benefícios desse tão sonhado sistema. Uma vez pronto, pode esperar que a implantação flui rapidamente porque sistema deve cair como uma luva ao redor dos seus processos, mas até lá continue sonhando.
Usado somente por você
O software é criado só para você, o que significa que a quantidade de olhos para identificar erros é limitado a quantidade de usuários que trabalham na sua empresa. Bugs podem se tornar visíveis somente depois de meses de operação, e depois de todo esse tempo a correção as vezes não é mais possível.
Apenas a sua sabedoria
O sistema principal da sua empresa, contempla a sabedoria histórico que garantiu a sua existência e é de um valor altíssimo e vale a pena construir a inteligência do software ao redor dessa sabedoria. Ao mesmo tempo, nem sempre aquilo que sempre fizemos foi, é ou será o melhor jeito. Como as demandas vem apenas dos usuários da sua organização é importante que todos sejam críticos sobre a forma de trabalhar e mantém seus olhos ativamente para fora da empresa para monitorar as tendências de processos e tecnologias no mercado. E mesmo para as partes de processos que são padrões em muitas empresas, cabe a você inventar a roda do tamanho que melhor cabe
Quem é responsável pela segurança?
Ataques cibernéticas, falhas de segurança nos protocolos mais utilizados e um avanço muito rápido em tecnologias para ataques e defesas eletrônicos geram as perguntas importantes: quem é e que será o responsável para monitorar o software, criar e aplicar patches e atualizações e se manter atualizada sobre todos os avanços? A equipe de desenvolvimento, seja interna ou terceirizada, precisa ser de um tamanho mínimo que evite a dependência de indivíduos e que permite o investimento em estudos e inovações. De preferência ela também conta com rotatividade baixa, tem seus processos bem desenhados e praticados e está com a documentação sempre atualizada.
Aumento de manutenção, diminuição de novas funcionalidades
Com a tecnologia e as funcionalidades entrelaçados você terá um custo cada vez maior na manutenção do software de acordo com que o sistema cresce e a tecnologia avança. Quanto maior um sistema cresce, maior as interdependências de funcionalidades e maior a complexidade de incluir novas funcionalidades ou ajustá-los. A quantidade de bugs tenda a crescer, e cada vez mais componentes precisam ser atualizados ao favor da segurança. Com essa manutenção, seu software se torna cada vez mais estático e não consegue mais apoiar as mudanças estratégicas da empresa.
Lock-in tecnológico
O crescimento de necessidade de manutenção cresce, até o momento que o software desenvolvida para você tornará oficialmente legado. A linguagem escolhida pode perder seu suporte e desenvolvedores com conhecimento dessa linguagem podem ser cada vez mais difíceis de achar, o hardware o sistema operacional do qual ele depende precisa ser atualizado ou seus usuários não aceitam mais trabalhar em um sistema que eles consideram arcaico.
Em outras palavras, o investimento no sonho descrito acima definido em milhões de linhas de códigos perdeu seu valor e o ciclo começa novamente.
Veredicto software 100% desenvolvido para você
O veredicto é relativamente simples, caso tenha dinheiro, tempo e conhecimento suficiente para criar, manter e refazer o ciclo repetitivamente de tantos e tantos anos, é claro que é um sonho que pode se realizar. Infelizmente, isso não é uma realidade para a grande quantidade de empresas, pois eles precisam se preocupar com seus custos e sua competitividade no mercado. Por isso que muitas empresas optam pela contratação de sistemas de prateleira, apesar das suas desvantagens, e deixam esse sonho de lado. Para não desistir totalmente desse sonho elas ainda optaram para a criação de customizações em cima dos sistemas de prateleira, para assim cobrir os 10% a 20% de funcionalidade faltantes. É claro que para essas funcionalidades customizadas existem os mesmos desafios resumidos acima, com um agravante; é o seu fornecedor que tem o poder de dizer que sua customização virou legado. Quando ela oferece uma nova versão, na grande maioria das vezes você será obrigado a fazer seu investimento nas customizações novamente.
Por isso que vejo dois tipos de empresas que optam por essa opção. Primeiramente temos as empresas que são tão especializadas que não existe empresas suficientes no mundo para criar um sistema de prateleira para seu negócio e o investimento em um sistema próprio se torna a única opção. Segundo temos as empresas que se arrependeram ou mais cedo ou mais tarde vão se arrepender da escolha de programar seu software, quando o atual virou legado e pe necessário reescrever seu software por completo (novamente).
Já vimos a utilização de software de prateleira para apoiar seus processos principais vem com enormes desvantagens, mas alguns fornecedores de softwares se tornaram gigantes com seus ERP´s justamente por que a alternativa, a programação do seu software não é viável para a grande quantidade de empresas.
Ao ler as vantagens e desvantagens das duas opções de softwares, você pode ter reparado que as vantagens de um são as desvantagens do outro, e vice versa. Agora imagina o cenário que você pode juntar os benefícios de ambos, sem criar as desvantagens, seria fantástico, não seria? Nos temos a sorte que os avanços tecnológicos trouxeram justamente isso, a amadurecimento da tecnologia low-code que agora não só servem para softwares de inovação e de diferenciação (a definição de tipos de sistemas do Gartner) mas também para os softwares de registro que apoiam seus processos principais.
Software de prateleira 100% programado para você
As plataformas de low-code chegaram a um nível de maturidade que se tornaram alternativas reais para a substituição de softwares de prateleiras especializadas, fazendo com que softwares que cabem como uma luva podem ser construídos por um valor que se tornou justificável para muitas empresas. Por mais que a personalização ainda é maior que um software de prateleira, olhando para o custo direto da licença e do mão de obra, as plataformas vem com tantos benefícios que ultrapassa a questão de custo.
Por que sim?
Seu software nunca vira legado
Com os melhores fornecedores de plataformas low-code, o software é criado baseado em modelos, fazendo com que as funcionalidades e a tecnologia não são entrelaçados. Consequentemente, uma nova tecnologia pode ser adotado uma vez testado e aprovado no mercado, simplesmente fazendo com que o seu modelo agora é representado por essa nova tecnologia. Inclusive, em alguns casos, as próprias plataformas de desenvolvimento são baseados em modelos, fazendo com que as próprias plataformas se beneficiem dos seu benefícios! Se tudo isso parece ser muito vago, basta entender que o fornecedor da plataforma cuidará da tecnologia e garante que em termos de desempenho, segurança e oções de funcionalidades você não precisa se preocupar, fazendo com que você pode focar nos ajustes ao seu cenário continuamente mudando.
Na implantação você pode manter seus dados
Caso optar para o desenvolvimento dos seu próprio software com uma plataforma low-code, é claro que você pode fazer de uma forma que as informações do seu sistema atual podem ser levados sem perda de dados, e as partes do software que estão funcionando bem podem ser criado também no seu novo software, muitas vezes de forma mais eficiente porque os cálculos são feitos para você.
Uma ferramenta que cabe como uma luva
O software feito para você, nada mais, nada menos! Os processos que se desenvolveram e ao longo dos anos são apoiados e podem ser aprimorados sem grandes traumas, ao contrário, simplesmente tirando as irritações operacionais por meio de telas mais amigáveis ou automatizando passos manuais. Os usuários vão poder gerar mais valor investindo sua inteligência emocional em pessoas, enquanto o computador usa a inteligência artificial na produção, e a gerencia pode tomar melhores decisões com as informações de forma certa, nos lugares certos.
Roadmap personalizado
Obviamente, novas demandas continuarão existindo, e como o software é seu o roadmap também é. Junto com a equipe você determina quais novas funcionalidades agregariam mais valor para o cliente, e define a priorização em cima delas. Metodologias ágeis, growth hacking e o apoio da cadeia de valor podem sair do papel e ter sua implementação não só no treinamento das pessoas, e nos processos, mas também no software.
Novas funcionalidades de 10x a 20x mais rápido na produção
Não só o fato de ter seu próprio back-log e road-map, mas também a maneira no qual é desenvolvido, utilizando modelos em vez de milhares de linhas código, faz com que as novas funcionalidades necessárias para se adaptar às mudanças da organização chegam de 10x a 20x mais rápido nas mãos dos usuários.
O custo de desenvolvimento é compartilhado
Um fornecedor de uma plataforma de low-code pode contar com dezenas, centenas e as vezes milhares de empresas como cliente, que pagam pelo desenvolvimento de uma única plataforma, fazendo com que o preço se torna relativamente baixo, comparado com o desenvolvimento personalizado..
Testado por milhares de usuários
Com uma grande quantidade de usuários usando softwares criados pela mesma plataforma, você aproveita de um exercito de testadores na produção, que testam voluntariamente as funções dos componentes gráficos de prateleira da plataforma.
Especialistas cuidando da segurança
Com um fornecedor serio e sólido com visão de longo prazo, você depende da segurança dos seus dados em uma equipe especializada e focada na proteção, se adaptando às novas ameaças que surgem diariamente. Segurança de 100% nunca é possível com a tecnologia de hoje, mas o seu fornecedor fará de tudo para manter a sua boa reputação.
Por que não?
A sabedoria da multidão
A grande quantidade de usuários também gera um benefício de poder aproveitar do amplo conhecimento que os clientes passam para o fornecedor por meio dos dados de uso, as perguntas e solicitações de novas funcionalidades e a troca de experiencia da empresa com seus clientes. Quando se trata de processos padrões, há muitos benefícios em compartilhar e aprender com outros para que a ferramenta possa seguir isso. O fato de não precisar inventar a roda faz que não precisa perder tempo com algo que não é o core business e só tem que funcionar.
Dependência de componentes do fornecedor
Para maximizar os benefícios de o desenvolvimento de software por meio de plataformas low-code, você quer maximizar a utilização de modelos, e minimizar o uso do código, o que faz que precisa depender das funcionalidades oferecidas nos componentes entregues pelo fornecedor. Em muitos plataformas terá a flexibilidade de incluir os componentes adicionais desenvolvido pessoalmente ou por terceiros na sua solução, gerando as desvantagens de desenvolvimento em código tradicional.
Vendor lock-in
Assim como softwares de prateleira e desenvolvimento de software tem sua versão de lock-in, ou seja um impedimento de mudar de tecnologia ou fornecedor, é claro que isso também existe quando se trata de plataformas de low-code. O software que você criou normalmente funciona somente dentro da plataforma do seu fornecedor, dificultando uma mudança de estratégia, por exemplo, quando você quer voltar a usar um software de prateleira ou desenvolver um sistema em códigos.
Veredicto software de prateleira 100% programado para você
O sonho supremo de cada um que já se frustrou com software se tornou muito mais próximo com o amadurecimento de low-code que combina as vantagens econômicos de software de prateleira e a flexibilidade de desenvolvimento tradicional em código.
O vendor lock-in, ou seja, a dependência do fornecedor para o funcionamento do software é um dos principais motivos por ter receio de embarcar nesse barco, determinado como o futuro de software por empresas renomados de pesquisas, como o Gartner e Forrester. Independentemente da escolha do tipo de software, sempre existe alguma forma de lock-in, seja com o fornecedor ou com a tecnologia, e sempre existe o risco de forças externos afetaram os seus rumos anteriormente definidos. Para determinar se o receio é baseado na emoção ou se ele é racional, basta fazer algumas observações.
No caso de software de prateleira, não precisamos ir muito longe. Qual é o pacote de software que é utilizado para as tarefas de escritório, como email, criação de documentos e planilhas de cálculos, e por quanto tempo já utiliza esse pacote. O que aconteceria se o fornecedor parasse de existir, ou provavelmente mais realístico, mudasse a forma de oferecer o produto e a forma de contabilizar; o quanto você se sentiria confortável em trocar de fornecedor?
No caso de desenvolvimento de softwares por meio de códigos a dependência é similar, só não é de fornecedor mas é de tecnologia. Uma vez escolhida uma linguagem para o desenvolvimento, a dependência é total. Se por acaso o mercado determinar que aquela tecnologia não deve ser mais utilizado, como aconteceu por exemplo com silverlight e flash não haverá outra alternativa que reescrever seu código do zero.
Com a aceitação da dependência do fornecedor e a promessa para si mesmo que vai continuar sendo crítico com seu software sempre buscando informações e inovações afora, o desenvolvimento por meio de plataformas low-code apos de décadas se tornou uma opção viável em muitas situações pelo fato de oferecer o melhor dos dois mundos anteriormente conhecido como as únicas opções, a estabilidade de softwares de prateleira com a flexibilidade de desenvolvimento em código.
Conclusão
Neste artigo descrevi as minhas experiencias com softwares, analisando os benefícios e os riscos ou desvantagens de três opções, software de prateleira, software personalizado desenvolvido em código, e softwares personalizados desenvolvidos em plataformas de low-code, com objetivo de fazer a escolha certa quando está no momento de decidir o próximo passo o apoio digital dos seus processos principais.
Vemos que softwares de prateleira tem um grande valor para apoiar processos padrões, pelo seu custo-benefício, sua praticidade de implantação e o conhecimento embutido na ferramenta. Com o crescimento da maturidade dos processos, ou mudanças por definições estratégicas, a falta de flexibilidade dos softwares gera a necessidade de troca que sempre causam uma perda de dados, a necessidade de adaptação de processos ao novo software e o treinamento de e aceitação pelos usuários.
Softwares desenvolvidos em código sempre terão seu grande valor pela flexibilidade sem limite de criação de softwares especializados, amigáveis e bonitos. O custo de desenvolvimento é muito alto, tanto no investimento inicial quanto na manutenção, e para valer a pena o retorno tem que ser grande. Ambientes que requerem softwares altamente especializados, ou aplicações mais básicas para qual a aparência é uma questão principal para o sucesso, são cenários para qual esse método de criação de software é recomendado.
E por último analisamos plataformas low-code que permitam a criação extremamente rápida de novos software, com um custo de manutenção relativamente baixa e uma flexibilidade muito alta, porém existem limitações que são inerente a plataforma.
Para este artigo o foco está em escolher o produto certo para o seus processos principais, como seu ERP por exemplo, e alinhando todas as vantagens e desvantagens dos softwares, vemos que software de prateleira facilmente se torna limitado demais para atender às suas diferenciações gerando altos custos de customizações, software desenvolvido de forma tradicional é muito flexível mas de longo prazo gera muitos riscos em questões de manutenção e adaptação às novas tecnologias. A terceira opção, a criação de software por meio de plataformas low-code combina os benefícios de ambos os mundos e com isso se tornou a melhor opção para apoiar processos principais de organizações.
